Amides são compostos neutros – em contraste com os seus parentes aparentemente próximos, as aminas, que são básicas. A ligação amida é planar — embora normalmente mostremos a C-N ligada por uma única ligação, o que deve proporcionar uma rotação livre. A figura 1 abaixo mostra este desenho comum de uma amida.

Figure 1. Um amide; representação habitual. A amida aqui mostrada, e na Figura 2, é a amida primária do ácido etanóico (ácido acético); a amida é chamada etanamida (acetamida).

Para ajudar a compreender estas propriedades, precisamos de olhar para uma representação mais complexa — mas melhor — da estrutura da amida. Isto é mostrado na Figura 2:

Figure 2. Estruturas de ressonância para um amide. Lembre-se de que a molécula não muda de facto entre estas estruturas. Em vez disso, a estrutura real está algures entre as estruturas mostradas. Pode ser pensado como alguma média destas estruturas.

Por que é que este sistema de ressonância é melhor? Um argumento qualitativo é que o O, que é muito electronegativo, atrai electrões para ele. Neste caso, extrai electrões do par solitário do N. Note-se que, na forma da mão direita, os electrões do par solitário N deslocaram-se para a ligação dupla (dando o N a + carga), e os electrões da ligação dupla C=O deslocaram-se para o O (dando-lhe uma – carga).

O sistema de ressonância mostrado na Figura 2 é baseado em medições das propriedades das amidas. Ou seja, o estudo detalhado das amidas mostra que as propriedades são melhor explicadas pela Figura 2 do que pela Figura 1. Como exemplos:

  • O comprimento de ligação medido para amidas é cerca de meio caminho entre o típico para ligações simples C-N e ligações duplas C=N. Isto é facilmente explicado pelo sistema de ressonância mostrado na Figura 2, que sugere que a ligação real entre C e N é cerca de uma ligação 1 1/2.
  • Uma estrutura de dupla ligação, ou uma estrutura com uma contribuição substancial de dupla ligação, seria esperada ser planar, sem rotação livre sobre a ligação C-N. Isto encaixa na observação.
  • A estrutura da mão esquerda na Figura 2 pode parecer que aceitaria um H+ no N, actuando assim como base. Contudo, a estrutura da mão direita não tem par único, e até tem uma carga positiva sobre o N. Estas características argumentam contra o facto de o N ser básico. Um sistema de ressonância com uma contribuição substancial da estrutura da mão direita não seria de esperar que fosse básico.

Contribuidores

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Robert Bruner (http://bbruner.org)

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