Todos sabemos que o melhor lugar para obter informações sobre a história é a partir de memes do Facebook, certo?

Um meme popular que vi a flutuar por volta deste ano à medida que nos aproximávamos da Páscoa era este, que afirma que a Páscoa vem da deusa babilónica Ishtar, e que as práticas da Páscoa são todas de origem pagã.

ishtar

Há tanto sobre isto que é flagrantemente incorrecto. Vamos decompor:

Ishtar pronuncia-se Páscoa?

Nope. Ishtar é pronunciado… (aguarde)… ISH-TAR. Tal como se escreve.

Foi Ishtar a deusa assíria e babilónica da fertilidade e do sexo?

Sim. Mais ou menos. Ishtar era uma antiga deusa mesopotâmica da guerra, da fertilidade e do sexo. Ela é apresentada na Epopéia de Gilgamesh, e a “Porta de Ishtar” fazia parte da Babilónia de Nabucodonosor. A sua adoração envolvia sacrifícios de animais; objectos feitos da sua pedra sagrada, lápis lazúli; e prostituição no templo.

Seriam os símbolos de Ishtar o ovo e o coelho?

No. Os seus símbolos eram o leão e a estrela de oito pontas. Esta é uma mentira gritante.

Fosse a Páscoa originalmente um feriado pagão que foi alterado depois de Constantino para representar Jesus?

Não. A data da morte e ressurreição de Jesus está claramente registada nos evangelhos. Os cristãos têm conhecido e celebrado a ressurreição de Jesus desde os primeiros dias. É-nos dito no Novo Testamento que os cristãos imediatamente após a ascensão de Jesus começaram a reunir-se semanalmente no domingo para recordar e celebrar a ressurreição, e sabemos a partir de documentos cristãos antigos que datam do início do século II (200 anos antes de Constantino) que os cristãos celebravam o que chamamos “Páscoa”, ou seja, a ressurreição de Jesus anualmente no aniversário do evento.

Para mais informações sobre a data da morte e ressurreição de Jesus, leia: Jesus esteve no Túmulo três dias e três noites? Eis como se acrescenta.

A palavra Páscoa não vem de Ishtar. Há duas teorias principais sobre de onde vem a palavra.

Teoria #1: Eostre

algumas dizem que vem da deusa germânica Eostre. No entanto, existem grandes problemas com esta teoria, uma vez que não há provas reais de que alguém alguma vez tenha adorado uma deusa chamada Eostre – sem santuários dedicados a Eostre, sem altares dela, e sem documentos antigos que a mencionem.

Teoria #2: Eostarum

Mais provável é que a palavra Páscoa seja derivada da frase latina em albis, relacionada com alba (“amanhecer” ou “amanhecer”). No Alto-Alemão antigo, em albis tornou-se eostarum, que acabou por se tornar Ostern em alemão moderno e Easter em inglês.

Outras línguas não usam de todo a palavra “Páscoa”

As línguas mais europeias usam uma forma da palavra latina e grega Pascha, que significa “Páscoa”. Francês: Pâcques. Italiano: Pasqua. Russo: Пасха.

Durante a Quaresma (os 40 dias que antecederam a Páscoa), os cristãos da Idade Média abstiveram-se de comer ovos. Os cristãos orientais (ortodoxos e coptas) ainda hoje se abstêm de comer ovos durante a Quaresma. A tradição de cozer ovos duros e de os pintar alguns dias antes da Páscoa desenvolveu-se como resultado de pessoas ansiosas pelo fim do jejum dos ovos. Preparavam-nos alguns dias antes da Páscoa e depois consumiam-nos no dia de Páscoa, quando terminavam o jejum da Quaresma. A dada altura, as pessoas fizeram um jogo para esconder estes ovos coloridos e enviar os seus filhos à procura deles.

Como para o coelho da Páscoa, sabemos que é uma tradição que os imigrantes alemães para os Estados Unidos trouxeram consigo nos anos 1700. Chamavam-lhe Osterhase, e dizia-se que “põe” os ovos de Páscoa. Não se acredita que a sua origem seja pagã, mas sim… (esperem por ela)… “divertida” (o que quer que isso seja!).

Há muita desinformação por aí. Não caias nessa.

Jesus está ressuscitado! Ele ressuscitou mesmo!

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